Concurso “Parque na Cidade das Abelhas”

A proposta busca evidenciar a construção do espaço a partir de planos e dobras geométricas que gradualmente transformam os espaços externos e configuram os espaços construídos. Neste sentido, busca desconstruir o objeto arquitetônico, seus elementos estruturais e as relações entre interior e exterior, tirando partido da utilização da madeira, material identitário do Parque da Cidade das Abelhas e estreitamente conectado com a memória do local. Os espaços dinâmicos, de uso flexível e espontâneo, composto por decks de madeira e volumes de pedra, oferecem diferentes formas de apropriação e garantia de acessibilidade. A partir de análise e estudos recentes é destacada a demanda de um local de apoio para a educação ambiental e valorização da história do Parque, recebendo alunos de escolas da cidade e visitantes. Esta proposta apresenta o projeto para um equipamento flexível, capaz de abrigar uma biblioteca-parque, com espaço expositivo e de caráter mais informal. Para garantir a flexibilidade do espaço, o mobiliário interno e expositores serão móveis e integrados ao projeto.

Historicamente, o Parque sempre abrigou uma significativa quantidade de indivíduos arbóreos de eucalyptus sp, plantados na década de 60 para alimentação das abelhas e realização de pesquisas. Recentemente houve a retirada da maior parte das centenas de árvores que ali existiam, restando ainda uma pequena área com exemplares originais, com dimensões significativas. Esta proposta pretende utilizar parte desta madeira de qualidade, do próprio local, construindo um espaço que também simboliza a memória do local. Sendo assim, o uso sustentável da madeira também está relacionado com aspectos identitários e de memória. A proposta estrutural do espaço edificado tira partido da construção geométrica do parabolóide hiperbólico, constituído pelo cruzamento de segmentos de retas (vigotas 11x5cm e ripas 4,5x5cm), criando uma cobertura com geometria de dupla curvatura. Desta forma, o esquema estrutural clássico de viga e pilar é desconstruído e se configura em um elemento gerador da própria forma da edificação. A utilização da madeira neste tipo de estrutura se mostra vantajosa sob vários aspectos, seja pelos aspectos ambientais, sendo um material renovável e retirado do próprio local, mas também por suas características físicas, permitindo uma construção de simples execução, vencendo de forma satisfatória os vãos do projeto, com leveza e possibilitando a construção de um elemento estrutural composto e integrado com o entorno do Parque. A cobertura de dupla curvatura é impermeabilizada através do uso de placas de PET reciclado, contribuindo às estratégias de sustentabilidade e educação ambiental promovidas na edificação. Esta impermeabilização ainda recebe outra camada de proteção mecânica e de proteção solar com réguas de deck, se integrando com demais áreas do projeto.

Orientador 
Ricardo Socas Wiese

Equipe de estudantes
Raquel Neves
Ana Fávia

Começo e fim do projeto: 2020